Sexta, 28 de Setembro de 2018
O SARAMPO DE VOLTA, O QUE FAZER?
O SARAMPO DE VOLTA, O QUE FAZER?
O Brasil em 2016 chegou a receber o certificado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como país livre do sarampo, mas, ao que tudo indica a cobertura vacinal baixa fez com que o vírus voltasse a circular no país. Este vírus possui alta capacidade de propagação e a única solução para conter o avanço do surto é a VACINAÇÃO.
Segundo dados do Ministério da Saúde (2018), os estados de Roraima e Amazonas detectaram os primeiros casos importados da doença. Atualmente a região norte apresenta o maior número de notificações e confirmações de Sarampo. A região Sudeste segue sendo a segunda região mais acometida, com casos confirmados no estado do Rio de Janeiro e São Paulo.
Em Minas Gerais, de janeiro até o dia 30 de agosto de 2018, foram notificados 238 casos suspeitos, sendo 128 casos descartados e 110 que permanecem em investigação, aguardando pesquisa laboratorial, ou seja, até esta data não havia casos confirmados em Minas Gerais. Para todos os casos suspeitos, as ações de vigilância permanecem ativas, incluindo o bloqueio e varredura vacinal em pessoas que tiveram contato com os casos durante os períodos de infecção e transmissibilidade.
No que se refere à faixa etária, destaca-se a notificação em crianças de 01 a 04 anos, concentrando o maior número de casos suspeitos. Posteriormente, segue a faixa-etária de 05 a 09 anos e as demais; reduzindo o número de notificações após os 40 anos. Pessoas acima de 49 anos não possuem indicação de vacinação, uma vez que muito provavelmente já tiveram a doença ou entraram em contato com o vírus durante a vida. Uma vez adquirida à doença, a imunidade é permanente.
A cobertura da vacina Tríplice Viral (contra Sarampo, Caxumba e Rubéola) em crianças de 01 ano de idade ficou abaixo da meta (95%) no ano de 2017 e 2018. Este fato é bastante preocupante, uma vez que a maior parte dos casos suspeitos de sarampo ocorrem em crianças, geralmente menores de 5 anos, que já deveriam estar com o esquema de vacinação completo. Além disso, o índice de complicações e óbitos também é maior neste grupo alvo.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a vacinação levou a uma queda de 84% do número de mortes pelo sarampo no mundo. Desta forma é fundamental que as pessoas se conscientizem da importância da vacinação, levando principalmente as crianças para vacinarem e com o cartão de vacinação nas Unidades de Saúde.
No Município de Santos Dumont não houve até o momento nenhuma notificação de caso suspeito. A cobertura vacinal no município está em 96,37 %, e a meta é de 95 %. De acordo com normas do Ministério da Saúde, ocorreu a Campanha Nacional de Vacinação contra Sarampo e Poliomielite, e houve a prorrogação da mesma até 14/09/2018. No estado do público alvo da Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo em 2018 se encontra em 92% até o dia 06/09. Não há desabastecimento dessas vacinas. Até o dia 05/09/2018º total de doses aplicadas durante a Campanha foi de 945.041 doses.
Os profissionais de saúde devem estar atentos ao cartão de vacinação, e a qualquer caso suspeito, avaliando a situação clínica e epidemiológica: confirmar mediante consulta ao cartão de vacinação a situação vacinal; verificar se os sintomas são realmente compatíveis com o sarampo, de acordo com a definição de caso suspeito; verificar história de viagem ou contato com alguém que viajou. As pessoas que tiverem dúvidas a este respeito devem procurar a Unidade de Saúde mais próxima ou o médico de sua confiança.
Conheça mais sobre o SARAMPO:
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, causada por vírus, altamente contagiosa. Seus principais sinais são: febre alta, acima de 38,5°C; dor de cabeça; manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo; tosse; coriza; inflamação nos olhos; manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que aparece 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas; erupção cutânea.
A transmissão do vírus do sarampo é direta, de pessoa a pessoa, por meio das secreções nasofaríngeas expelidas pelo doente. O período de incubação é de uma a duas semanas. Cinco dias antes do início do aparecimento das erupções cutâneas a pessoa contaminada pode transmitir o sarampo e até cerca de cinco dias após seu aparecimento.
Podem ocorrer complicações tais como pneumonia, otite, diarréia, e alterações neurológicas. As complicações são mais comuns em crianças menores de cinco anos de idade, sobretudo nas desnutridas, em adultos maiores de 20 anos e em indivíduos com imunodepressão ou em condições de vulnerabilidade, podendo ser necessária a hospitalização.
Não há tratamento específico para o sarampo, apenas sintomático. A vacina tríplice viral (SCR) é a medida de prevenção mais eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba.
Sinais de alerta e fatores de Risco
Desidratação, desnutrição, vômitos persistentes, diarréia, taquipneia (respiração acelerada), esforço respiratório, úlceras na cavidade oral, pneumonia, alteração do nível de consciência, convulsão, déficit motor, incapacidade de ingerir líquidos, principalmente em gestantes e crianças menores de 6 meses de idade. Febre por mais de 3 dias após início do exantema com risco de complicações respiratórias e neurológicas graves.
A deficiência de vitamina A é um fator de risco reconhecido para infecções desta doença. De acordo com o Guia de Vigilância em Saúde (2016) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomenda-se a administração da vitamina A em crianças até 5 anos de idade, para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais,
A ocorrência de febre, por mais de três dias, após o aparecimento das erupções na pele, é um sinal de alerta, podendo indicar o aparecimento de complicações, sendo as mais simples: infecções respiratórias; otites; doenças diarréicas e neurológicas. O sarampo é uma das causas de morbidez e mortalidade na infância.
Vacinação de rotina: Aos 12 meses de idade, a criança deverá receber a primeira dose da vacina tríplice viral (que protege contra o Sarampo, a Rubéola e a Caxumba). Aos 15 meses de idade, a criança deverá receber a segunda dose. Deve também receber doses extras de campanha, caso indicado pelo Ministério da Saúde.
Fonte: Boletim Epidemiológico do Sarampo (06/09/2018) Secretaria de Estado da Saúde MG.
Secretaria Municipal de Saúde de Santos Dumont
Coordenadoria de Vigilância em Saúde